Eu acredito que há formas interessantes de tratar as alopecias. Algumas delas se explicam com base em enzimas, em hormônios, em fatores ambientais, entre tantos fatores que disparam ou promovem agravamento da perda da cobertura capilar.
Recentemente fiz uma live para o meu canal no YouTube falando sobre o papel da massagem na perda de alopecia androgenética e acabei me deparando com algumas hipóteses mecânicas que buscam explicar o problema sobre uma outra ótica.
Ao avaliar as referências bibliográficas dos artigos que apresentam a massagem na melhora dos cabelos, me deparei com um conjunto de informações que falam sobre a ação da musculatura frontal, temporal e occipital como desencadeadoras de uma tensão na cobertura craniana com possível desdobramento em queda capilar em pacientes com alopecia androgenética.
Algumas bases e fundamentos que justificam estas explicações são encontrados em estudos com até duas a quarto décadas. E pautam a proposta tanto das massagens cranianas como o do uso da toxina botulínica como uma forma de cuidado para beneficiar pacientes com calvície. Ambos métodos promovem redução da atuação mecânica dos músculos acima citados como fator coadjuvante na perda capilar.
Sobre a toxina botulínica, os estudos são pouco numerosos e precisam de um rigor metodológico melhor (em outras palavras, precisamos de mais estudos e que sejam melhor elaborados). Isto é algo que deve ser deixado bem claro aqui, para não gerar um fluxo de busca intempestiva por este procedimento em clínicas especializadas. Mas, de alguma forma, há a possibilidade de que os resultados sejam interessantes.
Para finalizar, não creio que esta seja uma aposta na toxina botulínica vai substituir os tratamentos já consagrados para o problema. Mas, quem sabe, venha a se somar aos tantos cuidados que já temos para esta doença que afeta um enorme número de homens e mulheres. O melhor entendimento e a constatação real de resultados efetivamente demonstrados pelas pesquisas vindouras poderão nos ajudar a definir se a toxina botulínica poderá ou não fazer parte do arsenal terapêutico da calvície.
Referências:
1- Singh et al. J Cutan Aesthet Surg. 2017 Jul-Sep; 10(3): 163–167.
2- Zhou Y et al.Effectiveness and Safety of Botulinum Toxin Type A in the Treatment of Androgenetic Alopecia. Biomed Res Int. 2020 Aug 4;2020:1501893. doi: 10.1155/2020/1501893.
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